Em uma mesa de bar conversávamos sobre escrever. Discutíamos se era um desabafo, um dom, um prazer. Foram vários palpites e todos concordaram, pelo menos em partes, que é muito mais fácil escrever quando se está triste. Escrever para enxergar algo que não queremos ver. Nem olhar, nem sentir, nem pensar. Então, escrever.
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Resolvi fazer algo diferente. Não sei se sairá algo digno de ser lido, mas quero escrever porque estou feliz.
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Estou feliz porque acordei e estava sol e os dias ficam mais bonitos e alegres quando ele está na minha janela. Escrever porque estava difícil. Eu, sempre sorrindo, fui tomada por uma tristeza interminável, pesada, irritante e constante. Infinita, como costumo dizer. Briguei com elas, com você, comigo. Tirei férias da praticidade, dos objetivos, da aventura, o desejo de correr riscos... quis largar tudo simplesmente para ver se parava de questionar. Preguiça talvez.
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Sentei na areia de Ipanema, o mar era belo e intenso como seu olhar, o vento me abraçava como se você estivesse ali, a brisa me lembrava o primeiro final de semana. Deitei no seu colo e seu coração acompanhava as batidas do meu. Sintonia perfeita, como antes e como sempre. As risadas, o carinho, a paciência, o esforço de fazer feliz a mais insatisfeita e inquieta das pessoas. Pego o telefone e você já está me ligando. Começo uma frase e você sabe exatamente como vai terminar. Te olho e percebo que não é preciso dizer nada. Está tudo ali, de volta, sempre esteve, e viver enquanto ficar ...
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eterno.
Profundo e singelo!
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