segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

uma pausa

um reflexo, tempo de parar e pensar.
o que foi, o que veio sem querer, o que se cumpriu e o que vai ficar.
quem foi, quem veio sem querer, que cumpriu seu dever e quem vai ficar.
quem quando que onde porque?
viverá.....

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

adolescência...

Era tudo certo como um e um são três ou zero ou um. No caso, eu. Aceitei ser a outra porque não era mais uma e você era aquilo. Quando estava comigo estava lá. Só eu e você. Parava o carro naquele condomínio fechado por uma catraca de cabine sempre vazia. Escolhia a árvore de maior sombra, abria um vinho e acendia a nossa viagem. Fora de órbita. Só eu e você. Foi assim aos dezesseis, aos dezessete e aos dezoito. Garotas gostam do que é incerto. Frio na barriga, não pertencem a ninguém.
[pausa]
Voltou aos vinte. e poucos. poucos e bons. Apareceu de surpresa, como sempre fazia. Falou o que a garota queria ouvir. Seis anos e uma cerveja. Você mudou e eu também. Seu sorriso já não basta mais. Vai ver que porque meu número da sorte é sete.vai ver que não jogo mais seu jogo. vai ver que eu cresci. vai ver que o encanto acabou. vai ver que não é a hora. vai ver?

domingo, 4 de outubro de 2009

suspiro

são as simples coincidências que me fazem voltar ao mesmo lugar. olhares, goles, desejos. pessoas diferentes, a busca pelas mesmas sensações. o não-encontro faz buscar sempre mais e novos. o mesmo. e surge mais um. brinquedo, diversão, passatempo. paixão. a harmonia perfeita entre letra e melodia. pés na areia. são várias as estrofes, os passeios, os desafinos. notas desenham-se calmamente entre as lágrimas. não existe pressa, podemos sempre voltar ao começo. aprender ... encontrar-nos nas coincidências de pensamentos. olhos perdidos que no vento buscam uma explicação. não há. não terá. somos nós.

sábado, 3 de outubro de 2009

dudu...

dudu é um cara feliz. gosta de fazer amigos e tomar cerveja. dudu gosta de trabalhar. mas tem preguiça de levantar cedo. dudu adora ler e escrever. dudu fala sozinho. faz careta pro espelho. e dá risada de si mesmo. dudu gosta de sol. do vento bagunçando o cabelo. e da paz que dá ver o mar. dudu adora viajar e trocar ideias. mesmo sem sair do seu lugar. dudu gosta de mudar. nao gosta de dormir sempre na sua cama. dudu gosta de abraco. principalmente quando é sem esperar. dudu gosta de surpresa. mas odeia quando tem que adivinhar. dudu é curioso. fala muito e pouco escuta. muito pensa. dudu adora conversar. mas da sua vida prefere guardar. dudu aprendeu a chorar. mas nao gosta de sofrer. dudu ... não chama dudu.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

muda!

que o tempo muda
a gente sente
pensa
aprende
e chora
e muda,
que tudo muda.

olha
reflete
entende
pergunta
invente.
quem?

tempo
amor
dor
alegria

muda,
que a vida muda.
pra melhor !

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"ô mineirinha, mineirinha

meu amor, na roda do seu cabelo corre água e nasce flor..."

Estava cansada e parei para comer. Uma pausa em meio a um dia corrido, cansativo, cinzento. Era apenas mais uma quinta-feira. Pedi meu lanche preferido e fui sentar. Ouvi umas risadas, vi 3 criancinhas brincando com suas surpresas e tinha alguém com elas. O avô. Olhei, ele tinha algo parecido com você... o cabelo para o lado, as rugas fortes que revelavam um passado sofrido, o olhar de ternura. Me concentrei no lanche, no discurso que faria na reunião que me aguardava, pensei porque eles tinham tirado o suco de limão do cardápio e ... nada. O riso daquelas crianças brincando na companhia do avô estava ali, ecoando por todo espaço e porque eu havia de ignorar? Senti meus olhos pesarem, os cílios palpitavam e aí uma lágrima escorreu. Eu olhava para o senhor, ele para mim, e não entendia nada. As pessoas deviam se perguntar “porque alguém chora comendo um cheddar?” Será que ela perdeu o emprego, brigou com o namorado, ou tinha feito promessa de nunca mais vir aqui? Lembra do dia que o Brasil ganhou a copa de 94 e você me levou na rua para ver o desfile? De quando você colocava a gente no fusca e levava para a estradinha de terra, e a gente se divertia como se fosse o parque de diversões mais moderno do mundo? Das música que você tocava na gaita? " o mineirinha..." E o seu orgulho quando disse que seria jornalista e "um dia vou abrir meu Estadão e vou ver seu nome aqui"... E da escadinha? Ah...você me ensinou os primeiros passos...não tinha como negar, fugir, e eu nao queria, chorei mesmo, senti saudades...sinto... a ultima vez eu sabia que era a despedida, o bilhete que deixei em seu bolso é toda a verdade... e guardo você comigo, esperando pelo nosso próximo abraço.

domingo, 13 de setembro de 2009

o que não se explica

Afinidade acontece entre seres humanos... a mesma frase dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se escreve.Ter afinidade é muito raro. Mas, quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas. Afinidade é ficar longe pensar parecido. É conversar sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas. Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nao existem.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

happy bday...

Fazer aniversário e começar um novo ciclo. É repensar o ultimo ano, o que aprendemos, o que plantamos, o quanto nos doamos e o quanto e o que recebemos. Fiz essa lista e vi que para mim, um grande presente foi você. Companheira, falante e ouvinte, paciente e estourada, determinada e sonhadora. Quando tou triste, voce esta sempre lá com um conselho amigo, mostrando que nem só de vitórias é feita a vida, e que talvez por isso ela seja tão boa de viver. Quando seu lado virginiano se inspira tento te convencer que dá sim para levar as coisas menos a sério... O que importa é o equilibrio, as discussoes (com algumas faíscas de vez em quando) e a sincronia! Querida, que esse dia marque um caminho de muitas realizações e felicidades, e que estejamos sempre perto, aqui ou em qualquer lugar que nossa imaginação permita.
Parabens!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

sidarta

"Não acrediteis numa coisa apenas por ouvir dizer. Não acrediteis na fé das tradições só porque foram transmitidas por longas gerações. Não acrediteis numa coisa só porque é dita e repetida por muita gente. Não acrediteis numa coisa só pelo testemunho de um sábio antigo. Não acrediteis numa coisa só porque as probabilidades a favorecem ou porque um longo hábito vos leva a te-la por verdadeira. Não acrediteis no que imaginastes, pensando que um ser superior a revelou. Não acrediteis em coisa alguma apenas pela autoridade dos mais velhos ou dos vossos instrutores. Mas, aquilo que vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros - isso deveis aceitar, e por isso moldar a vossa conduta."

terça-feira, 4 de agosto de 2009

apenas uma pergunta!

você chegou aonde queria?

numa tarde fria do inverno canadense, John me pediu para sentar e pensar um pouquinho. Como você se imaginava cinco anos? está muito diferente? como se imagina daqui a cinco anos? será que muita coisa vai sair como você planeja?será que alguma coisa vai mudar?

tenho feito essa pergunta às vezes para alguns entrevistados mas nunca me perguntei. cheguei aonde queria? era isso que eu imaginava há tempos atrás?

sinceramente não sei. nem quero saber. não mudo o destino nem quero saber o que me espera, mas às vezes se a gente nao tá gostando da direção que tá tomando, ou se ela te encheu o saco (mesmo que por um minuto), acho que nada melhor que dar uma parada para pensar. o problema é que parar e pensar já é tomar alguma decisão. mas se eu quiser voltar atrás também dá, não?


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sei quem sou?!

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

querida amiga,

nada pode ser feito depois que já foi dito, escrito, ouvido e lido. nada pode ser feito depois que já se sentiu. nada depois do que os olhos contaram. nada. é preciso pensar, escrever, refletir e quem sabe, recomeçar...
.
Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei

E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras
São palavras...

domingo, 26 de julho de 2009

Valeu, vale e valerá sempre...

"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido. "
Fernando Pessoa

Vale a pena estar aqui; permitir que as experiências me ensinem, que a meditação faça parte de mim, e que a felicidade me invada por meio dos mais diferentes momentos e pessoas...

terça-feira, 14 de julho de 2009

you.make.a.difference

Em uma mesa de bar conversávamos sobre escrever. Discutíamos se era um desabafo, um dom, um prazer. Foram vários palpites e todos concordaram, pelo menos em partes, que é muito mais fácil escrever quando se está triste. Escrever para enxergar algo que não queremos ver. Nem olhar, nem sentir, nem pensar. Então, escrever.

*

Resolvi fazer algo diferente. Não sei se sairá algo digno de ser lido, mas quero escrever porque estou feliz.

*

Estou feliz porque acordei e estava sol e os dias ficam mais bonitos e alegres quando ele está na minha janela. Escrever porque estava difícil. Eu, sempre sorrindo, fui tomada por uma tristeza interminável, pesada, irritante e constante. Infinita, como costumo dizer. Briguei com elas, com você, comigo. Tirei férias da praticidade, dos objetivos, da aventura, o desejo de correr riscos... quis largar tudo simplesmente para ver se parava de questionar. Preguiça talvez.

*

Sentei na areia de Ipanema, o mar era belo e intenso como seu olhar, o vento me abraçava como se você estivesse ali, a brisa me lembrava o primeiro final de semana. Deitei no seu colo e seu coração acompanhava as batidas do meu. Sintonia perfeita, como antes e como sempre. As risadas, o carinho, a paciência, o esforço de fazer feliz a mais insatisfeita e inquieta das pessoas. Pego o telefone e você já está me ligando. Começo uma frase e você sabe exatamente como vai terminar. Te olho e percebo que não é preciso dizer nada. Está tudo ali, de volta, sempre esteve, e viver enquanto ficar ...

*

eterno.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Só de passagem .:

Foi uma das mais incríveis passagens. Durou pouco. Confundiu muito. Deixou marcas e a compreensão de que tudo realmente passa. E mesmo acostumada a estar sempre de passagem, achei estranho que alguém passasse assim, rápido, e sem querer levar nada de mim. Como assim? De mim? Nada? Eu quis morrer. Devolver o violão. Listei tudo o que tenho de mal. E pela lista, sou o próprio defeito disfarçado. Culpei minha história, meus pais. Pior que o abandono era a culpa. Nunca soube lidar com ela. Até que apareceu o possível motivo, que tentou eximir qualquer erro meu. Assim, eu estaria livre. Mas não foi o suficiente. Ainda pude ver minhas mãos pesando naquilo. E foram noites imaginando... dias angustiados. E foi assim... A aparição mais estranha. Nunca mais o vi. Doeu. Marcou. Dizem que ainda vou encontrar, preparada. Não há preparação para esse sentimento. Logo, não quero encontrar. Fujo da Paulista. Tenho focado em outras avenidas. Coisas boas e iluminadas pras bandas de lá. E que esse outro saiba entender meus pés atrás. E seja bom pra mim. Tem outro! Terão vários.

Que exista um dia em que eu saiba ficar...
E que você aprenda a parar de ir embora...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

na eternidade de um segundo

te amo te odeio me acerto no meio te tenho nao quero desprezo desejo perco conquisto atiro volta vai chega e me deixa aperta abraca me amarra sufoca solta esquece e ai eu ja quero de novo te mato acordo e preciso...que comece tudo de novo.

Can you feel?

There is pleasure in the pathless woods,
There is a rapture on the lonely shore,
There is society, where none intrudes,
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more,
From these our interviews, in which I steal
From all I may be, or have been before,
To mingle with the Universe, and feel
What I can ne'er express, yet cannot all conceal.
- Lord Byron

terça-feira, 26 de maio de 2009

Geminiana preferida!

E eu então? Que que sobra pra eu dizer dessa pessoa?
Que as vezes eu até tento esconder os turbilhões que passam na minha cabeça, mas ela descobre em uma olhada e me entrega em 2 ou três palavras...
Que eu admiro o jeito forte dela, mas que adoro quando ela deixa escapar as mais lindas e inocentes fragilidades, deixando cair talvez uma lágrima, mas que representa um oceano.
Que mesmo que os mil compromissos diários não tenham facilitado pra que eu desse nela um abração de feliz aniversário, ela sabe o quanto eu "to com ela e não abro!".
Que de tooodas as várias coisas que eu tenho escrito ultimamente, e olha que tenho escrito muito (textos da faculdade, textos do trabalho, textos do tcc, textos do blog, textos do msn, textos, textos), esse é, sem dúvida o mais verdadeiro (dando uma de Stephen Glass... rs).

Minha amiga, que você brilhe sempre assim! E que a gente continue sempre sincronizadas e sempre juntas.

Te amo!

Hoje o dia é dela!!!

O nosso re-encontro aconteceu na hora certa. No momento em que podíamos fazer a diferença. Tivemos que entender a sincronia, para perceber o porque nos fizemos presentes somente naquele tempo.
A nossa amizade se construiu e se constrói pelas discussões infindáveis sobre a vida. Trocamos emeios e mais emeios, conversas e mais conversas sobre os medos, as angústias, as desilusões, as crenças, a alegria, o amor, a amizade, as buscas...
Ela me ensinou e me ensina a gostar da caminhada só, a valorizar as experiências amargas e a importância de quebrar tabus e me permitir o novo, mesmo que o novo seja o velho, nos olhos alheios.
Juntas, estamos percebendo a beleza dessa caminhada que se chama Vida, mesmo ela nos reservando um turbilhão interno.
Nos dias em que estou tristinha, ela está feliz, radiante, equilibrada, pronta para dizer tudo o que preciso escutar, não só para me reerguer, mas para me ensinar. No dia em que estou radiante, lá vem ela cheia de angústias e medos, é a minha vez de equilibrá-la.
Às vezes, as duas estão pra baixo e aí - resta-nos chorar juntas. Mas quando a alegria nos invade, lá vamos nós: dançar, batucar, imitar a cuíca, sorrir e emanar a todos a nossa mais bela energia.
Nos completamos de uma forma estranhamente engraçada. Como diz ela: “eu como as metódicas chatices virginianas e ela com a dupla personalidade de uma quase autêntica geminiana”.
Hoje, acho que entendo o sentimento do poeta Vinícius de Moraes quando escreveu: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...mas é delicioso que eu saiba e sinta que eu os adoro, embora não declare e os procure sempre...”
Escrevi tudo isso sobre ela e a nossa sincronia, porque hoje essa queridíssima companheira encerra um ciclo e se abre para o novo e eu só tenho a agradecer pela amizade e pelo companheirismo de sempre.
Se a companhia não durar pelas escolhas da vida, que esse momento se faça presente e já serei feliz por ter tido alguém como você na minha caminhada.
Parabénssssssssss, minha amiga!!!

sábado, 23 de maio de 2009

Novoidadenovaidadenovanovidade

Ar fresco, curiosidade, surpresa. Como é, o que faz, para que serve e onde leva. Frio na barriga, cabelo despenteado, sorriso solto. Nunca duvidei que é muito bom estar diante de uma coisa nova. Mas nesses tempos descobri que existe uma coisa muito melhor: descobrir o novo em algo que já você já conhece. Dizem que quando lemos um livro ou um texto pela segunda vez, percebemos outros detalhes, nos identificamos com outros personagens. E não foi o livro que mudou, fomos nós. Um equilíbrio entre a necessidade de interagir com o mundo para entendê-lo e a de me isolar para pô-lo em perspectiva no papel. Permiti-me chorar. Tenho as minhas fraquezas. E elas não vão mais ficar escondidas por trás de meu sorriso. Vão transbordar dos meus olhos, escorrer pelo meu rosto. Deixei as vaidades de lado. Os preceitos, os princípios, os pré-conceitos. Aprendi a não ter expectativas, pois assim coloco a surpresa no lugar da decepção. Não guardar rancor, porque as coisas podem sim mudar. E para mudar, basta a intenção. De descobrir, de novo, o que é novo.

sábado, 16 de maio de 2009

Inferno astral

Foi uma semana triste, atribulada e solitária. Solidão. Quando chegou, já imaginou que era
ela. Aquela que você está entre mil pessoas e sente que está. Sozinha. Nascemos sozinhos e
é assim que vamos morrer, querida. É, as pessoas são passageiras, e cabe a nós ficarmos olhando elas passarem ou tirar algum proveito disso. Chorou. Doeu. Muito. Colapso. Mas a dor que apertou o coração trouxe a sensação que veio aliviar. Chorar...Tirar tudo que está angustiando. Questionar. Pensar. Sofrer...Passou o outro dia em choque, atônita, automática. Em transe. Sabia que depois daquele ritual nada seria como antes. Era mais um ciclo se fechando. E para onde tudo isso vai levar? Para que, com quem, para onde,como? Novas idéias, novos olhares, novo ar,tudo novo. E é sempre assim. Um balanço do que se foi. A ânsia do que virá. Nova etapa. E o novo com data para começar. 26 de maio.

Florindo - Mariana Aydar

Por que você chora tanto
E sofre sem ter motivo?
Vai, deixa todo esse rancor pra trás
Que a vida vem sorrindo pra nós dois

Que bom ver você sorrindo
Desperta, cheia de luz e de verdade
Deixa fugir do seu peito
Essas marcas de um passado que só vão te magoar

Paixão,
Quem quer viver bem no presente encontra o seu lugar
Seu lugar nos braços do sossego
Enquanto uns dizem que o tempo não pára
Outros dizem que o tempo
Não passa de ilusão, ilusão

Deixa estar, que a vida é mais sábia
Cada coisa tem seu tempo
E esses pensamentos
Não passam de nuvem rasa
E todo esse sofrimento
Não pertence à sua casa
Cesso esse tormento,
Enxugo todo seu pranto
Com a força e com o sentimento
Que carrego no meu canto ...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

pontuando


mudar?
ninguém disse!
que seria,
diferente.

chance,
oportunidade.
medo?
indecisão!

alma.
instinto?
segredo!
felicidade.

dúvida.
certeza?
diferente!
mudar...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

STATUS

Indisponível
Ausente de todos os espaços que eu antes entraria sem bater, vestindo apenas a máscara da vaidade e as incertezas da beleza
Aberta para me fechar
Reclusa
Exilada
Distante do amar
Impaciente com a minha verdade
Irritada com a minha companhia
Culpada
Estranha
Inflexível com os outros e suas "mentiras amáveis"
De olhos abertos
De boca aberta com o que fizeram da gentileza
Espantada com uns, desconfiada de outros
Aguardando a partida da culpa e do medo para voltar ao ponto
Duvidando do óbvio
Dispensando possibilidades infundadas
Fora de mim
De mãos atadas
Com um pé no chão
E o outro esperando "dar pé"
Tentando equilibrar
Em movimento
Crescendo
Marcada
Desapontada com o que fez de nós
Mantendo a fé
Desatenta com quem me vê passar
Passando
Deixando pra trás
Com o coração desconcertado e a alma iluminando
Com medo de te avistar, sentado na mesa de um bar
Evitando olhar os lados
Forçando não encarar o chão
Subindo
Encarando
Intuindo

terça-feira, 5 de maio de 2009

Príncipes...

Estávamos sentados a contemplar o crepúsculo do sábado. Ele nervoso por ter que finalizar mais uma edição. Ela eufórica em busca do que leria no sarau da amiga. Eu a falar e escrever no bloquinho de notas em cima da madeira clara do escritório. Ele, em meio à inquietude do momento, resolveu parar, pegar um livro antigo no armário e ler uma poesia de Fernando Pessoa para mim. Ela, no corredor, ao escutar a leitura puxou uma cadeira e disse que havia descoberto o que leria no sarau daquela noite. Mas antes de partir, resolveu ler para nós. Ao terminar, os olhares pareciam penetrar nas almas, o silêncio predominou e gritou dentro de cada um. Era como se ali, naquele pedaço de livro, alguém tivesse descrito tudo o que buscávamos e sentíamos. Eu com o coração acelerado, querendo saltar pela boca, emocionado, disse: “Hoje aprendi a gostar de poesia, ou melhor, aprendi a gostar da sutileza de Fernando Pessoa”.
Ambos dispararam um lindo e penetrante sorriso em minha direção. E foi nessa troca inexplicável, com o Sol quase se pondo na janela, que marcamos a nossa emoção.
Obrigada voz doce e singela dos cabelos brancos. Obrigada menino-homem dos olhos verdes e das mãos grandes...

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tentativa

Resolvi quebrar o silêncio.

Dizem que não escrevemos para os outros lerem e tirarem alguma lição a respeito. Claro que não... A gente escreve é pra gente mesmo. Aquela verdade que nos persegue diariamente, fazendo sombra nos pensamentos e nas palavras proferidas, se estampa no papel e você não tem como ignorá-la. Faça o que quiser, somente não me ignore. Eu estou aqui e você sabe disso. Olhe para o espelho e não me encare, desvie o olhar. Eu continuo lá. Mas é que são tantas coisas que eu não sei por onde começar. Não seria mais fácil se elas dormissem e nunca mais acordassem, ou se os pensamentos não fossem mais o alimento e elas se transformassem em seres mudos e sem capacidade de me atormentar? Às vezes é melhor não escrever para não ter que encarar as verdades. No sofrimento a gente vai ao fundo e aprende a superar. Aprendemos a ser bons companheiros para nós mesmos. Aprende que você pode até se importar. Mas as pessoas simplesmente não se importam. E aí, quando você cresce, aquela caixinha que você entrava antes não te cabe mais. E aí, você começa a escrever porque aquele problema já não te atormenta mais. Ele ficou no passado. E aí, você pega todas as coisas que te lembram e joga fora. Não é mais parte de você. E eu não sou. E você não é. E nem sobre você eu consigo escrever...

domingo, 12 de abril de 2009

incerteza

Eu só queria estar lá. Chegar em casa, ver seu sorriso ao pular a minha janela, e me dizer que sim. Lá, onde os sonhos se misturavam com a realidade, e você era meu. Onde não havia passado, a nossa história se construiu em cada olhar. Eu acreditei no que você me contou, acreditei que o meu amor era suficiente para nós dois. Pensava que, se não havia um passado, poderíamos ter o nosso futuro, mas você estava apenas ALI. Não mais do que vivendo as incertezas do presente.

E hoje, se eu fosse aí, encontraria o olhar que transbordava o mais puro sentimento e ouviria as palavras que nunca saíram dos seus lábios (mas eu sempre esperei ouvir)? Será que se eu fosse aí você me daria aquele abraço que fazia toda a insegurança sumir? E se eu pedisse perdão pelos erros que eu não cometi? Se eu disesse que faria tudo de novo, sem julgamentos ou medo de te perder outra vez?

Eu só queria sentir. Eu só queria estar novamente lá. ou aí.

terça-feira, 7 de abril de 2009

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Sincronizar:
1 – Narrar, expor, descrever sincronicamente.
2 – Agir, atuar, trabalhar com sincronismo.
3 – Combinar (ações ou exercícios) para o mesmo tempo; tornar simultâneo.

Sincronização:
1 – Pode ser verbal ou não verbal, direta ou cruzada, refletida ou defasada no tempo.
2 – Permite criar um clima de confiança; criar bases para “guiar” ao outro para posições diferentes à sua com segurança.


Sentimentalismo, vivências, ilusões, descobertas, idéias, dicas, músicas, informações e tudo que envolve o inconstante universo humano, a partir da perspectiva feminina de três estudantes de jornalismo apaixonadas pelas discussões infindáveis da filosofia da vida e suas transformações